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Nossa aluna Sara Marques do 1º ano fez um desabafo sobre o desastre ocorrido nas ultimas semanas no Rio Doce e na cidade de Mariana. Veja o texto da Sara;

“Eu não costumo fazer desabafos no facebook, mas cada vez que leio alguma coisa sobre isso o aperto no coração e a vontade de falar alto ficam maiores que os costumes diários. Em maio desse ano, nossa turma, o primeiro ano do Colégio Diamantinense visitou esse lugar a fim de conhecer de perto o bioma (ou o que restou dele) Mata Atlântica, e posso afirmar de boca cheia que a reação de todos ao se deparar com essa vista foi de surpresa; natureza, pura e conservada. Era legal sentir o “ar diferente” que as florestas de lá têm, nós respirávamos com mais facilidade, leveza, vivemos de perto o que geralmente só se vê em filmes sobre índios ou pessoas perdidas em ilhas desertas por aí. O que mais chamou atenção por lá foi ele, grande, cheio, bonito, com águas espelhadas e tão bem conservadas que se podia vê nosso próprio reflexo nelas, claro que não estava ileso de ação antrópica, haviam espécies invasoras que causavam certo desequilíbrio, mas nada que não pudesse ser controlado e revertido com o tempo. Hoje, no Rio Doce não se tem mais espécies nativas, nem espécies invasoras, nem águas espelhadas; hoje não dá pra tirar uma selfie do seu reflexo na água, não dá pra andar de lancha nem conhecer as fronteiras da mata densa que havia em sua margem, não dá pra ter medo de piranha mais, porque estão mortas. O rio está morto, os peixes estão mortos, a vida tá indo embora junto aos rejeitos, e a culpa é de quem mesmo? De grandes engravatados com dinheiro suficiente pra não pagar por isso? Da fiscalização fraca? E aí? O primeiro ano de 2016 não vai conhecer lá, perderam um complemento de estudo de biologia que já era tradição no colégio. Quanto tempo para voltar como antes? Aliás, um dia vai voltar a ser como antes? Amo muito o país em que nasci, mas tenho me perguntado todos os dias o porque das pessoas que o governam não amarem, e se basearem em dinheiro para todas, TODAS as ações feitas. Não era a intenção fazer um texto grande e quem sabe até cansativo, mas se alguém chegou até aqui, obrigada por me “ouvir”.”